quinta-feira, dezembro 29, 2005

eu quero.



Delicio-me quando as tuas mãos
Se confundem no meu corpo,
Entrego-me quando a tua voz
Clama o meu desejo,
Descubro-te quando desarmo
As tuas defesas,
Permito as tuas palavras mais loucas,
Relaxo perante a tua respiração ofegante,
Assalto os teus sentidos para me alimentar,
Brinco no teu corpo em jeito de criança,
Partilho as tuas fantasias mais eloquentes.
Tenho-te em mim quando eu quero.

quarta-feira, dezembro 28, 2005



Não sei se pare o meu pensamento
e entre nas trevas do teu desejo.

segunda-feira, dezembro 26, 2005

és?



Confesso que lhe apeteço sem limite
Mas tu és amplo, liquida selva.
No ir e no vir dás-me vida constantemente.
Desculpa a ingratidão se por vezes te desejar maior,
Mais possante, mais sozinho…
Um dia desapareces…
Talvez aí eu perceba com o coração desfeito que és mortal.

sábado, dezembro 24, 2005

Expectativa



Senti bater à porta levemente
E acordei desta minha letargia
Aguardando que batam novamente
Ansiosa por saber quem seria

Na expectativa, passei longas horas
Esperando em ansiedade crescente
Que quem bateu não se tenha ido embora
Sem que tenha batido novamente

Mas em vão, nunca mais ninguém bateu
E de novo meu corpo adormeceu
E o pior fico sem saber quando

Voltarás á minha porta a bater
E o meu coração possa assim saber
Que na verdade não estava sonhando…

Eis que então dei por mim a brincar
Em ti sem medo de parar…
Será que ainda me vês com olhos de criança?
Nunca perco essa esperança…
Feliz natal….

terça-feira, dezembro 20, 2005

vento


O vento inebria os meus sentidos.
Sinto-o acariciando-me, adorando-me
Venerando-me.
Apresenta-se como uma dança que me alcança
Que me cansa, que me rodeia invadindo o meu espaço
Pela qual eu não passo.

domingo, dezembro 18, 2005

te quiero



"Te quiero con flores
te quiero con palabras
te quiero sin sentido
te quiero sin promesas
te quiero al despertar
te quiero al despedirte
te quiero para quererte
te quiero para darte
te quiero y te quiero
no me preguntes por que."

segunda-feira, dezembro 12, 2005

imensidão


Só eu o sinto no mais profundo de ti
A saudade invade o meu espaço
Tornando-o vulnerável ao vento
Porquê que tinha de ser assim?
Sinto-me perdida mas não só.
Por todo o lado sinto a tua respiração
Toca-me. Não te esquecerei.
Serás sempre a imensidão de mim.

sexta-feira, dezembro 09, 2005

que...



que a chuva regenere o teu ser.
que o vento fortifique os nossos sentimentos.
que a noite te envolva em sonhos.
que frio aqueça os nossos corpos.

terça-feira, dezembro 06, 2005

sabores



Trago comigo o sabor de um dia mal vivido
De uma angústia passada
De uma vida destroçada
De uma mágoa traçada.

Esse sabor foi-me dado a provar
Fel me pareceu mas não me convenceu.
Ponderei, parei, constatei…
Que os sabores dos dias são
Como uma compilação de estruturas.

Deixei-me por fim…
Os sabores dessa química
Inebriam os meus sentidos as minhas vontades.
Conclui então que os sabores são assim,
De eles para eles tornando-se sabores simplesmente.

sábado, dezembro 03, 2005

esperas?



já foi tempo em que te sentavas
e esperavas por mim.
Cansaste-te?
Ainda esperas?

sexta-feira, dezembro 02, 2005

mar


Está tudo muito confuso.
Estou quente, embora derrotada
Sinto uma força vinda de ti….
Mar.

quinta-feira, dezembro 01, 2005

rio meu



Sigo pela estrada,
Acompanhas-me.
A tua dimensão é crescente.
Observo-te em vários tons, forças, níveis.
O teu trajecto nada monótono, lembra
Percursos vividos, gritos prendidos, dores presentes.

Admiro-te da margem,
Por momentos voo como uma ave.
Vejo-te preso entre as encostas.

No teu domínio és rei,
Abarcas contigo todos os segredos
Diluídos nas profundezas.
Escreva!
Escreva!