domingo, fevereiro 19, 2006

cinzas



Abraço as cinzas
Foges-me, esvais-te no meu corpo
Aperto-te ainda mais.
Consciente perco-te.
Não fico mais, não espero mais,
Não te dei espaço.
Esperei as cinzas…
Recuo no tempo
Já não te sinto.
Vejo-me cansada de me dar
Exausta de… nada.
Arrefeci os sentimentos
Deixei que se apagassem,
Lentamente, sem dor.
Restam as cinzas… do nada.

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

dear valentine



In my sad existence
I wonder where you are
Loneliness has taken part of my life
...has become my fate
And I wonder
Shall a woman like me
Be devoted to isolation?
Should I become a stranger in the dark?
Or should the dark bring me a stranger?!!!

I chose the second…
I looked carefully…
I looked even more carefully…
Is there someone UP there?
Or is it a palm tree?
Or is it cupid playing with my eyes?
I tried to reach… too tall.
I tried to touch ...too fast!
I tried to speak to him…

Then he looked…at last!
His eyes seemed lost
In mine (I wished!)
Sitting, waiting, wishing
That’s all that is left
For my poor heart
To justify my love

terça-feira, fevereiro 07, 2006

descrever-me? para quê?



Raptava mil palavras para me descrever
Organizava-as, aliava cada uma numa verdadeira corrente.
Parei, fechei os olhos, chorei.
Olhei para elas.
Percorri uma por uma, sorri.
Observei-as durante anos,
Meses, semanas, dias, minutos.
Vi como é importante a liberdade.
Senti as suas brincadeiras, as suas mágoas,
Partilhei das suas complexidades.
Vivi com elas.
Vivo para elas.
Vivo delas.
Descrever-me? Para quê?
Se eu sou a PALAVRA.

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

espécie de anjo



Sempre que te olho…
Tu…olhas-me.
Sempre atento, sempre presente.
Sempre que me perco…
Tu…encontras-me.
Sempre afável, sempre disponível.
Sempre que te leio…
Tu…descreves-me.
Sempre preciso, sempre coerente.
Sempre que me enfraqueço…
Tu…estás sempre, sempre
Onde preciso.
Escreva!
Escreva!