terça-feira, outubro 31, 2006

gotas



Elas teimavam sempre em cair
Talvez fosse culpa da força da gravidade
Não se conformavam com a sua queda
A sua natureza tornava-as assim,
Caíam sempre que se lembravam.
Esperava-lhes o CÉU.
Então deixavam-se cair,
Pura e simplesmente suicidavam-se
Na ânsia de alcançar a sua plenitude
O seu ZEN.
Ora um suicídio tímido,
Começam uma por uma
A manchar o nosso caminho,
Ou um suicídio colectivo,
Esborrachando-se sobre nós,
Sem dó nem piedade,
Tornando-se numa verdadeira
TORRENTE.
Todo isto com um objectivo
Atingir…
O quê?
Nós?!
Não.
O CÉU!!!

segunda-feira, outubro 16, 2006

povo


fotógrafo: bob sacha

Mostrem a folia que vos move
Dancem corpos, pulem almas
Elevem vozes, morram elites
Corram ideologias, selem guerras
Girem angustias, lavem-se sociedades
Gritem por dentro, gritem adentro
Movam mares, revoltem terras
Mas gritem bem alto
Que o povo não está MORTO!

Vivam a anarquia, beba-se a moral
Entornem-se valores, alimentem-se os diálogos
Devorem a palavra, exaustem os silêncios
Façam-se ouvir bem alto
O POVO NÃO ESTÁ MORTO!
Escreva!
Escreva!